Ouvi há dias na
televisão o Dr. João Soares afirmar que os líderes da Grécia, ministro das
finanças e primeiro ministro, eram “tipos com muito boa pinta”, pelo que não
percebia porque raio os líderes europeus e o FMI, que, ao contrário, têm tão má
pinta (como afirmou), não lhes faziam a vontade. Ouvindo tão preclaras
interrogações do Dr. Soares (jr.) julguei perceber a razão por que Cristina
Lagarde gasta tanto dinheiro nos trapos e nas joias que usa: esconder a má
pinta que tem. Lamentamos todos, nós e os gregos, que a Srª FMI não partilhe do
gosto estético do João e não se renda à boa pinta do Varoufakis. Outros
gostos…!
Sabemos todos que os
nossos políticos andam preocupados com a desertificação do país, não só pela
fuga dos jovens, mas também pelos baixos índices de natalidade. No meio de uma
reunião em que esta preocupação se discutia, ouvi um autarca afirmar que na sua
terra ainda não se sentia essa falta de crianças ao contrário do que se passava
noutras terras da região. Achava ele que isso se devia ao facto de os seus
conterrâneos irem pouco à missa, não perdendo assim o tempo precioso para fazer
filhos.
Afinal é tudo culpa
dos gregos que inventaram Chronos, pensei eu com os meus botões, e dei por mim a
lembrar a pobre rainha Maria II, que entre a missa diária, as tricas com o
Saldanha, as revoltas da Maria da Fonte e Patuleias, a educação dos filhos, as
idas à tourada e o incêndio do palácio de Barcelos, conseguiu, no espaço de
vinte anos, parir onze filhos enquanto punha o país na ordem. A dificuldade dos
seus partos e a obesidade que lhe arruinava o coração e lhe estragava a pinta,
obrigou os médicos a aconselhar repouso. A rainha respondia-lhes que se
morresse, morria no seu posto (morreu de parto), deixando-nos a todos intrigados
se posto significava o trono ou os lençóis, e com suspeitas sobre as causas do
incêndio do palácio de Barcelos onde ela e o rei consorte… dormiam.
Maria II tinha o que
não têm os políticos de agora. Foi uma excelente negociadora que conseguiu pôr
ordem numa casa que encontrou de pantanas, e fez filhos. Percebi assim que, ao
contrário do que aquele eminente autarca e os médicos pensam, fazer filhos não
é uma questão de tempo, tal como a boa pinta nada tem a ver com finanças e
negociações, como julga o Dr. João Soares… É tudo uma questão de tesão! Que não faltando ao povo falta aos políticos que não
conseguem criar condições de esperança.
(para os sensíveis: tesão; do latim tensio que significa rijeza)
Imagem (peço desculpa pela má qualidade): imperador Carlos Magno, pai da
Europa e de vinte filhos conhecidos. Ia à missa e obrigou os alemães a fazer o
mesmo.
Afinal se mais Marias houvesse isto não estava como está.
ResponderEliminarOra nem mais, Manuela.
EliminarAutarcas existem que pensam ter inventado a pólvora, mesmo que a guerra já se tivesse passado. Não parece ser a missa a causa da baixa de natalidade, já que nas igrejas os possíveis papás não se encontram, ao que leva a crer que ficam em casa a praticar, embora contra os ensinamentos da igreja, que impedem o "encapamento" tão aconselhado nas campanhas publicitárias, pagas com os impostos que os políticos (leia-se autarcas) nos impõem.
ResponderEliminarValha-nos Nossa Senhora das Palavras Desastradas!
PS: Agraciemos tal pessoa com o tradicional falo de pau...
Partem-se loiças tão boas neste burgo e as más é que ficam a azucrinar os ouvidos do povo.
Nossa, que violência...
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