Greta
Thunberg não percebe coisa nenhuma de ambiente ou de alterações climáticas.
Isto é, percebe o que todos percebemos por ouvir e ler nos media falar-se do
assunto. Então por que carga de água os parlamentos, incluindo o português,
acharam por bem convidar uma adolescente que teve a ideia pateta de que umas
greves às aulas fariam os governos serem mais proativos na defesa das políticas
públicas para combate às alterações climáticas? Por que querem os parlamentos
ouvir da boca de uma adolescente dizer que eles, deputados, são uns totós
presumidos que não conseguem, ou não querem, que as políticas já previstas nos
programas nacionais e internacionais de combate às alterações climáticas sejam
postas em prática (os programas e planos políticos já existem e são óptimos).
É que não
há nada que Greta Thunberg tenha para dizer que já todos não saibam: que nem os
governos, nem nós, nem os estudantes que fazem a greve, temos vontade de baixar
o nosso nível de crescimento, conforto e estilo de vida, para o combate às
alterações climáticas. Que um dia teremos de o fazer não tenho dúvidas, mas
nessa altura forçados pelas circunstâncias que a isso nos obrigarão, como o
homem que chegou ao Inferno. Até lá assobiaremos para o ar.
Tudo se
parece com aquela história bíblica em que um homem muito mau morre e vendo o
que lhe reserva o Inferno, apiedado dos seus familiares e amigos (não era tão
mau assim), pede a Deus que o deixe correr de novo à Terra para os avisar do
perigo em que incorrem, se não se arrependerem, ao que Deus lhe responde: “mas
eu já enviei tantos profetas a dizer o mesmo e eles não fizeram caso, porque
julgas que te ouviriam?”
O
protesto de Greta Thunberg é o grito de alerta. Para ser eficaz devia ela
própria recusar-se em participar na fantochada do discurso em parlamento,
porque os convites são para isso mesmo: tornar irrelevante o seu grito.
Ao
contrário da Bíblia, onde só os maus vão para o Inferno, nesta coisa do clima vão
os bons e os maus, incluindo a Greta, e é por isso que ela grita. Os políticos
fingem que a ouvem, para ver se ela se cala, como fizeram aos profetas. A
história já foi contada!