sexta-feira, 7 de novembro de 2014

TIMOR - da incompetência e da cortesia

 

O advogado Morais Sarmento disse na televisão que devíamos ser prudentes e não fazer juízos precipitados sobre os motivos de uma certa expulsão de certos magistrados a quem apelidaram de incompetentes: Imaginem o que seria virem para cá juízes estrangeiros dizerem que nós não prestamos! – foi mais ou menos assim que rematou o ex-ministro. Esqueceu-se de dizer que quem convida juízes estrangeiros para exercerem tarefas na sua terra deve esperar deles justiça e não cortesia, que para isso servem os embaixadores. Acresce lembrar que a justiça ou é imparcial ou não é justiça.

Quanto à incompetência é evidente que a mesma é suficientemente democrática para se distribuir equitativamente pelos vários povos e cargos. Do Minho a Timor, como se dizia no meu tempo de escola. Há incompetências originárias e incompetências adquiridas e umas são boas e outras más. Por exemplo: Em democracia, um parlamento é, de origem, incompetente para decidir se os juízes o são ou não. E isso é bom porque obriga à separação de poderes! Mas quando um parlamento aprova a atribuição de carros de luxo a todos os deputados, (num país onde a maioria das estradas estão em muito mau estado), e aprova um regulamento em que expressamente recomenda aos deputados que devem cumprir o código da estrada e conduzir devidamente encartados, adquire uma incompetência escandalosa pondo a nu a incompetência dos deputados que necessitam de um regulamento para saberem que estão obrigados ao cumprimento das Leis. E isso é muito mau!
No que se refere à cortesia, resta lembrar que um país que não se pôs ao lado dos poderosos que não admitiam o nascimento de outro país pequenino e frágil e que, à falta de melhores meios para defender aquele nascimento, colocou um antigo presidente da república numa pequena embarcação para fazer frente à armada de um desses países poderosos, merece, pelo menos, não ser insultado pela atrapalhação do primeiro ministro do país que nasceu apesar de tudo.


7 comentários:

  1. Obrigado Alvaro pela participação com o teu comentário. Infelizmente há sonhos e esperanças que depositamos nos outros e depois é o que se vê...

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  2. Muito boa análise. Penso exatamente assim!

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  3. Fiquei anónimo, pois isto de estar sempre a fazer "login" para comentar é chato! Sou o Bruno, abraço! ;)

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  4. Obrigado Bruno pelo comentário. Não tenho nada contra os anónimos. É realmente chato mas não sei como se corrige. Um abraço.

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  5. Mais um excelente texto, como sempre, com o qual concordo. E eu que marchei nas ruas de Lisboa, com o meu Filho ainda criança, a favor de Timor...
    Obrigado João alves!

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    1. Muito obrigado pelo seu comentário Fanático_Um. É sempre terrível vermos as nossas esperanças caírem. Ídolos de pés de barro...

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