O advogado Morais Sarmento disse na
televisão que devíamos ser prudentes e não fazer juízos precipitados sobre os
motivos de uma certa expulsão de certos magistrados a quem apelidaram de
incompetentes: Imaginem o que seria virem
para cá juízes estrangeiros dizerem que nós não prestamos! – foi mais ou
menos assim que rematou o ex-ministro. Esqueceu-se de dizer que quem convida
juízes estrangeiros para exercerem tarefas na sua terra deve esperar deles
justiça e não cortesia, que para isso servem os embaixadores. Acresce lembrar
que a justiça ou é imparcial ou não é justiça.
Quanto à incompetência é evidente que
a mesma é suficientemente democrática para se distribuir equitativamente pelos
vários povos e cargos. Do Minho a Timor, como se dizia no meu tempo de escola.
Há incompetências originárias e incompetências adquiridas e umas são boas e
outras más. Por exemplo: Em democracia, um parlamento é, de origem,
incompetente para decidir se os juízes o são ou não. E isso é bom porque obriga
à separação de poderes! Mas quando um parlamento aprova a atribuição de carros
de luxo a todos os deputados, (num país onde a maioria das estradas estão em
muito mau estado), e aprova um regulamento em que expressamente
recomenda aos deputados que devem cumprir o código da estrada e conduzir
devidamente encartados, adquire uma incompetência escandalosa pondo a nu a
incompetência dos deputados que necessitam de um regulamento para saberem que
estão obrigados ao cumprimento das Leis. E isso é muito mau!
No que se refere à cortesia, resta lembrar que um país que não se pôs ao
lado dos poderosos que não admitiam o nascimento de outro país pequenino e
frágil e que, à falta de melhores meios para defender aquele nascimento,
colocou um antigo presidente da república numa pequena embarcação para
fazer frente à armada de um desses países poderosos, merece, pelo menos, não
ser insultado pela atrapalhação do primeiro ministro do país que nasceu
apesar de tudo.
Bom... muito bom
ResponderEliminarObrigado Alvaro pela participação com o teu comentário. Infelizmente há sonhos e esperanças que depositamos nos outros e depois é o que se vê...
ResponderEliminarMuito boa análise. Penso exatamente assim!
ResponderEliminarFiquei anónimo, pois isto de estar sempre a fazer "login" para comentar é chato! Sou o Bruno, abraço! ;)
ResponderEliminarObrigado Bruno pelo comentário. Não tenho nada contra os anónimos. É realmente chato mas não sei como se corrige. Um abraço.
ResponderEliminarMais um excelente texto, como sempre, com o qual concordo. E eu que marchei nas ruas de Lisboa, com o meu Filho ainda criança, a favor de Timor...
ResponderEliminarObrigado João alves!
Muito obrigado pelo seu comentário Fanático_Um. É sempre terrível vermos as nossas esperanças caírem. Ídolos de pés de barro...
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