Pediram-me para falar da Grécia. Que
sei eu de finanças e de economia para falar da Grécia? Lembrei-me de Saramago,
que era um excelente escritor (ganhou um Nobel), mas um péssimo leitor: disse
que a Bíblia era um manual de maus costumes. Ou Saramago não leu a Bíblia ou
não soube lê-la. Ora vejam se o falar da Grécia não seria um pouco diferente se
lêssemos o que diz este pequeno trecho do capítulo 15 do livro do Deuteronómio.
Bem sei que o Antigo Testamento, ao contrário do Novo, não foi escrito em
grego, mas serve:
Deuteronómio,
capítulo15: Ano do perdão das dívidas 1«De sete em sete anos,
cumprirás a lei do perdão das dívidas. 2Eis a explicação deste
perdão: nenhum credor poderá exigir o empréstimo que tiver feito ao seu
próximo. Não exercerá contra o seu próximo e contra o seu irmão violência
alguma, quando for anunciada a remissão em honra do SENHOR. 3Ao
estrangeiro poderás exigir, mas quanto às dívidas do teu irmão farás a
remissão.
4Em
verdade, não deve haver pobres entre vós, porque o SENHOR te abençoará na terra
que Ele próprio te há-de dar em herança para a possuíres; 5mas só se
ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, para guardares e cumprires todos estes
preceitos que eu hoje te ordeno. 6Então o SENHOR, teu Deus, te
abençoará como prometeu: poderás emprestar a muitos povos, mas não terás
necessidade de pedir emprestado; dominarás muitos povos, mas eles não te
dominarão.
7Se
houver junto de ti um indigente entre os teus irmãos, numa das tuas cidades, na
terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar, não endurecerás o teu coração e não
fecharás a tua mão ao irmão necessitado. 8Abre-lhe a tua mão,
empresta-lhe sob penhor, de acordo com a sua necessidade, aquilo que lhe
faltar. 9Guarda-te de alimentar no teu coração um pensamento
perverso, dizendo: ‘O sétimo ano, o ano do perdão das dívidas, está próximo’,
recusando-te sem piedade a socorrer o teu irmão necessitado. Ele clamaria ao
SENHOR contra ti, e aquilo tornar-se-ia para ti um pecado.
Afinal falei do Saramago e da Bíblia.
Falo agora da tropa. Quando lá andei ensinaram-me que ou chegamos todos juntos,
ou não chega nenhum. Não se deixam os companheiros pelo caminho e não se diz:
eram 19, ficam 18!
Falei da Grécia? Talvez!
A Grécia é como uma daquelas cerâmicas familiares que quer crescer e fica no dilema de continuar a apostar nos produtos antigos, em produtos modernos ou em ambos. Mas em vez de fazer um estudo ao mercado deixa-se ficar pelas opiniões ditas na taberna da aldeia, aquelas pensadas ao sabor do tempo.
ResponderEliminarHaja quem parta a loiça toda, que para apanhar os cacos estamos cá nós.
O que não falta na Grécia são cacos.
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