sábado, 10 de agosto de 2013

CANTORAS, FUTEBOLISTAS E UM DEUS TRÔPEGO


Eu gostava que o mundo da música fosse como o do futebol. Onde não houvesse artifícios e quem ganhasse muito e fosse famoso devesse isso ao seu esforço e talento. Veja-se o caso do Ronaldo, o que não é o verdadeiro, como diz o Mourinho: - Pechisbeque daquele podem dar-me todos os dias, disse numa gargalhada a vizinha do 3º esquerdo quando o ouviu no café da avenida. O moço é famoso e recebe milhões porque faz com as pernas o que Einstein inventou com os miolos: a teoria da relatividade, misturando o espaço do relvado com o tempo que o guarda-redes não tem para defender um remate à velocidade da luz.
Na música já não é assim. Houvesse caçadores de talentos como se faz no futebol e não precisavam de inventar tanto artifício para pôr um cepo a cantar. Porque cantores bons há muitos, não têm é irmãos futebolistas.
Depois do último filho de Dona Dolores nascer, as fadas levaram a prole à presença de Deus Criador, para que Este derramasse sobre as crianças a taça das suas graças. Mas o Senhor Eterno é também muito velho. Se bem que justo e bom é trôpego. Quando descia as escadas do trono onde se senta, levando nas mãos a taça das graças para equitativamente vertê-las sobre as cabeças dos dois meninos e duas meninas, tropeçou no manto que Nossa Senhora insiste que vista com medo das correntes de ar, tecida pelo Espírito Santo com fios feitos da luz das estrelas, e a taça escorregou-lhe das mãos e caiu toda sobre a cabeça do mais novito, o Cristiano. Aflito, o Pai Eterno ainda olhou para a Virgem a pedir-lhe conselhos, mas Nossa Senhora encolheu os ombros, como quem diz: Está muito bem assim, não Te rales. -  Afinal o rapaz até tem o nome do filho, e mãe é mãe!
Agora a mana do Cristiano quer cantar e ser famosa, mas não tem a beleza das divas e a voz…! Ainda correram a São Judas Tadeu, patrono das causas desesperadas, na esperança que o santo pedisse a Deus reparação pelo tropeço, mas o santo gritou-lhes que nem pensar ir agora, no meio da crise, incomodar o Criador preocupado com um contrato Swap feito por Santa Edviges, protectora dos pobres e endividados.
Mas o que Deus não pode e os santos não ajudam, pode a tecnologia e a ciência que são novos e recomendam-se. E aí está a mana a cantar como se tivesse a voz da Céline. Uns moços atléticos de volta, um desportivo de tirar o fôlego e uns véus esvoaçantes disfarçam a falta de graça. Talvez que ninguém repare na consequência do tropeço.
Bum, bum, cababum, bum, bum. Com letra admirável assim, não há falha nem tropeço. Adivinha-se carreira famosa cheia de riqueza, glória e fama.
           Porque não pode a música ser como o futebol?


2 comentários:

  1. Tu tens é inveja de não conseguires cantar estes temas e teres a sensualidade dela ah e tambem dançares como ela o que a tecnologia faz é fantástico , gostava de a ver e ouvir sem música naquele programa o das estrelas não sei de quê..com aquele júri inglês que é muito simpáticooooo, havia de ser cómico ver as caras deles.

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    1. Eu ouvi-a cantar sem qualquer música e tecnologia: não canta.
      Não tenho inveja, mas magoa-me ver tanta gente,algumas conheço, que cantam maravilhosamente bem e têm de ganhar a vida a cantar em bares sem que ninguém lhes preste atenção. Há muito mais sensualidade num saco de batatas...

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