A chamada
foto das “primeiras damas”, comum em encontros dos e das representantes dos
governos, é ridícula e um gasto desnecessário e abusivo do dinheiro dos
contribuintes. Tem como única função mostrar aos contribuintes com quem os seus
representantes estão autorizados, sem escândalo, a deitarem-se nas suas camas e
quem se pode gabar de ter a/o mais dotada/o. Ridículo é o mínimo que se pode
dizer. E mais ridículo é quando os/as representantes dos governos se reúnem em
cimeira de uma organização de guerra, como a NATO, tornando a foto da
representação conjugal numa patética alegoria de Vénus e Marte. Já nos bastava
a triste figura de o presidente de uma das grandes repúblicas do planeta se
passear pelo Mediterrâneo e Europa acompanhado da esposa deixando o mundo
inteiro suspenso de um dar de mãos conjugal.
Seria de
esperar que tornando-se o casamento igualmente homossexual e heterossexual,
acabassem estas representações das primeiras damas, já que não acabaram quando
as mulheres assumiram cargos de poder, mas era pedir demais a quem se esforça,
e muito bem, por aproveitar a oportunidade. E assim, a presença de Gauthier
Destenay, cônjuge do primeiro ministro luxemburguês, foi notícia de primeira
página a propósito da ridícula foto das “primeiras damas”, ganhando pontos para
a causa LGBT.
Se a
presença de um homem naquela foto foi notícia, também a ausência de outro homem
deveria ter sido. É que o marido de Teresa May não esteve presente. Será que
Philip contaria anedotas do Churchill sobre os Curdos a Madame Erdogan? Teria o
Reino Unido a oportunidade para exercer alguma influência na cabeça dura do
Trump, se Melania pudesse sorver o seu chá na companhia de Philip May ocupado a
trincar waffles belgas? Será que as negociações sobre o Brexit seriam diferentes
se Gauthier e Philip pudessem ter disputado o último chocolate belga do prato?
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