Rapazes
lambendo a cerveja do chão e as meninas treinando o controle do vómito de um deepthroat, com uma banana que um entertainer lhe enfia pela goela abaixo,
tudo isto seguido de alguns estragos em quartos de hotel, é o leitmotiv de qualquer viagem de
finalistas. Que os pais acreditem ser um ersatz
das grandes viagens pelo Mediterrâneo dos séculos XVIII e XIX em que os
estudantes descobriam a Grécia, Roma e o Egipto, para depois nos deixaram
testemunhos dessa descoberta na música, na poesia e na pintura, é absolutamente
patético. Peço desculpa pelo advérbio, mas aprendi de uma mãe televisiva, vice-presidente
de uma coisa que todos descobrimos chamar-se CONFAP, cujo único objetivo deve
ser o de lembrar aos ignorantes pacóvios que nós somos, que tudo aquilo é
“absolutamente” normal, porque não se trata de uma peregrinação a Fátima, hélas!
Parafraseando
o almirante Pinheiro de Azevedo e o presidente do Sporting, apetece-me dizer o
que estão a pensar. Só não digo porque ainda acredito que a Páscoa e a Quaresma
que a antecede não servem para pretexto de férias nem de desregramento dos
costumes, mas são valores que fundaram a nossa civilização. Se estes valores se perdem, não são culpa dos
refugiados que nos procuram, nem do terrorismo que nos ataca, mas dos pais que
acham absolutamente normal o ritual da bestialização dos filhos, e de todos nós
que achamos normal a promoção da cumplicidade de um crime.
na imagem: cena de Herodes da série "A Paixão de Cristo" de Rafael Bordalo Pinheiro
Ora aí está. Totalmente de acordo.
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