Estou
triste.
Não
gosto de ver desunião na família. Quem conhece a história da Europa sabe que os
seus povos pertencem todos à mesma família. Os minhotos descendem dos suevos
que se passeavam pelos pântanos de Berlim, e os ingleses são tão alemães ou tão
dinamarqueses como eram os saxões e os normandos. Por muito boas razões de
queixa que tivessem, o seu voto negativo deve-se à xenofobia e ao chauvinismo.
Não foi the Great Britain quem ganhou,
mas the Little Britain. Sair da
Europa é uma arma que se tem, mas não se usa. Passa-se às gerações mais novas
como uma jóia de família. Ficar não influenciava muito as gerações mais velhas,
sair prejudicou as gerações mais novas que queriam ficar. Uma atitude, para
mim, incompreensível.
Por
alguma razão que desconheço a minha glicínia floriu de novo, pela segunda vez
este ano. Espero que seja um bom presságio. Pelo menos convence-me cada vez
mais a seguir Cândido de Voltaire, eu que tanto tenho de Pangloss, acreditando
ser este o melhor dos mundos possíveis. Vou dedicar-me ao meu jardim. Porque, cela
est bien dit, mais il faut cultiver notre jardin, diz Cândido.
Quando a
minha neta nascer poderá comer dos seus frutos. Assim que o outono chegar e ela
nascer, plantarei uma romãzeira com o seu nome! Uma romãzeira da Pérsia!
Que bom João
ResponderEliminarObrigado Lolita. Espero ter couves para o bacalhau do Natal.
EliminarO cultivo da horta é uma disciplina para a paciência.
ResponderEliminarNão esteja triste João, afinal a glicínia floriu duas vezes e no outono vai plantar uma das mais especiais romãzeiras.
ResponderEliminarNão fiquei triste, fiquei apreensiva não tanto pela saída, mas sim pelas razões dela.
Havemos de comer as romãs cheios de alegria, Manuela.
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