Hoje não quero escrever sobre
blasfémias, brigas de famosos e muito menos da crise. Quero escrever sobre um
miúdo que nasceu nos subúrbios da grande Lisboa e que traz no nome e no dia em
que nasceu, o seu destino: Sambé!
Sambé é filho de uma portuguesa e de
um guineense. No Centro Comunitário do bairro municipal do Alto da Loba, em
Paço de Arcos, perdia-se pelo funaná e pelo kuduro.
Um dia a psicóloga do centro, Maria
Rosa, reparou nele. A Câmara, essa instituição tão mal amada pela imprensa,
deu-lhe ajuda e a história aconteceu. Vem escrita por aí. Procurem que eu não
quero plagiar.
Em Fevereiro seria uma óptima altura
para irmos a Londres. A Convent Garden,
mas está esgotado. Marcelino Sambé, que tem música no nome e porque nasceu no
dia da dança, vai prová-lo no famoso, difícil e virtuoso pas de trois do 1º acto do Lago dos Cisnes da temporada do Royal Ballet. Ali, na elegante sala da Royal Opera House em Covent Garden, mesmo no coração de
Londres, com a bilheteira esgotada.
Isso deixa-me assustado. Não por falta
de confiança no menino português e guineense, mas pelos Marcelinos Sambés que
há por esses bairros da periferia com tão poucas Marias Rosas para os verem.
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