À memória das vítimas de Hiroxima e
Nagasaki
“Descobrimos
a mais terrífica bomba da história do mundo. Pode muito bem ser a destruição
pelo fogo tal como foi profetizada na era do Vale do Eufrates, após Noé e a sua
fabulosa arca.”
Entrada no diário de Harry Truman a 25 de julho de 1945
A 6 de agosto, doze dias depois do que
escreveu no seu diário, Harry Truman vestiu as vestes de cavaleiro do
apocalipse e cavalgou sobre Hiroxima. Viu a destruição e o horror que causou: O
céu iluminado por uma enorme bola de fogo, temperaturas de 300 000 º celsius e
ondas de choque capazes de derrubar edifícios que pulverizaram milhares de
pessoas. Outros milhares morreriam devido às queimaduras e a chuva negra
contaminaria outros tantos. Dezenas de anos depois continuavam a morrer. Os
números são obscenos e não os coloco aqui.
“E,
quando Ele abriu o sexto selo, houve um grande terramoto e o Sol tornou-se
negro, como um pano de crinas, e toda a Lua ficou como sangue. As estrelas
caíram do céu à terra, como os figos verdes caem de uma figueira sacudida por
um furacão. O céu foi afastado, como um livro que se enrola e todos os montes e
ilhas foram removidos dos seus lugares.” (Ap
6,12-14)
Três dias depois, a 9 de agosto, Truman
não hesitou em cavalgar de novo, agora sobre Nagasaki. Quando bombardeavam o
porto fundado por portugueses e que foi cenário para os amores do americano
Pinkerton com a gueixa Butterfly, o presidente disse:
“Eu
percebo o significado trágico da bomba atômica ... É uma responsabilidade
terrível que chegou até nós ... Agradecemos a Deus que veio a nós, em vez de ir
para os nossos inimigos; e oramos para que Ele nos guie para usá-la em Seus
caminhos e para Seus propósitos.”
Harry Truman assumira a presidência por
morte do então recém eleito presidente Roosevelt. Em 1948 ganharia as eleições
pelo partido Democrata. Foi um excelente presidente. Reconstruiu a Europa e
salvou Berlim, a Grécia e a Turquia. Promoveu o bem estar social dos mais
necessitados do seu país e desculpou-se sempre com o número de mortes que
evitou com as bombas.
Homens bons fazem, por vezes, coisas
horríveis, monstruosas, tenebrosas e imorais. Tinha que as fazer? Esta é a
pergunta a que todos, sem hipocrisia, temos medo de responder. Não tenhamos
tanto zelo em acusar!
Sem comentários:
Enviar um comentário