sábado, 27 de julho de 2013

PRIMEIRO ANIVERSÁRIO

Este meu blogue chega ao fim do seu primeiro ano de vida. Aqui postei uma crónica, um dizer, um estado de espírito. De quem se propôs aqui vir pelo menos uma vez por semana, pode dizer-se que superou os objectivos: em 52 semanas 73 postagens.
Foi divertido e, sobretudo, muito salutar vir aqui semanalmente falar do que me ia na alma. Foi bom compartilhar com quem me leu aquilo que sentia. Espero ter agradado e fico a aguardar, por parte de quem me lê, maior colaboração para o segundo ano que se inicia amanhã 28, mesmo que seja para falar mal ou contra: nunca fujo a uma boa polémica.
Tentei escrever um pouco de tudo o que ia acontecendo à minha volta, ou dentro de mim. Hoje, contudo, há demasiado ruído na nossa sociedade, e no meio do ruído convém falar baixo para que nos oiçam.
Por isso, neste aniversário, quero, para combater o ruído, socorrer-me da arte, a única que explica a vida como dizia Nietzsche. Dizia o filósofo que nela se confrontavam Dionísio e Apolo. Por Apolo, que oferece a lira, vou falar de música. Por Dionísio, a embriaguez dos sentidos que a música provoca.
Tirando Bach, (vá lá, e a Isolda do Wagner), há pelo menos dois momentos em que me é quase impossível reter as lágrimas quando oiço música: são nos segundos andamentos de dois concertos para piano: os andamentos lentos (os que mais gosto).
Um é o adágio do concerto para piano nº 5 de Beethoven, do Imperador, e o outro é também um adágio assai (que eu traduziria como lento embora fluído mas firme???) do concerto para piano em Sol maior, de Ravel.
Quando oiço aquela espécie de valsa ao piano torno-me piegas, depois a flauta, secundada pelo oboé e clarinete a interromperem o piano não ajuda nada à recuperação. A serenidade retorna com o corne inglês a repetir o que o piano fez, até que tudo se esvai lentamente. É, sem dúvida, um encontro com os deuses como queria Nietzsche.
Como prenda deixo-vos a interpretação de Martha Argerich ao piano com a orquestra real filarmónica de Estocolmo dirigida por Yuri Temirkanov.
Obrigado aos meus leitores por este ano.


6 comentários:

  1. Com efeito depois da leitura do texto de hoje, ouvir esta obra da filarmónica de Estocolmo, com a soberba interpretação da Martha Argerich, é uma excelente forma de assinalar o primeiro aniversário e o início de um novo ano que todos desejamos que nos brinde com as magnificas e culturais posturas. Muitos parabéns

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  2. Passou tão rápido e gostei muito, apesar de muitas vezes gostaria de saber mais para te compreender melhor, parabens e continua

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  3. Parabéns e obrigado pelos muitos momentos de prazer que me proporcionou no último ano. Espero que o próximo seja, no mínimo, tão estimulante como o que ora termina.
    Cumprimentos

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    1. Muito obrigado pelas suas palavras, Fanático_Um. É uma honra ter como leitor e seguidor alguém que leio sempre com tanto interesse, sobre um tema que tanto me agrada: a ópera.
      Bem haja.

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