Um homem
de 48 anos é convidado para um jantar de gala para dar algum lustre artístico
ao evento, tipo bobo da corte, porque é actor de Hollywood. Sentam-no ao lado
do marido da princesa, genro do rei e dono do palácio onde se dá a festa. O
príncipe tem 35 anos, é pai de três filhas, e quase dono da casa para onde o
bobo (artista de Hollywood) foi convidado. Este, malandro, convida o “príncipe
consorte” para ir até ao terraço fumar um cigarro e, por baixo da mesa,
apalpa-lhe as “jóias” de família. O “príncipe”, de casaca vestida onde
resplandecem uma série de medalhas não se sabe bem porquê, é homem feito e em
posição hierárquica e social superior ao do artista. Em vez de uma bofetada com
luva branca e um desafio para um duelo para fazer jus às medalhas que lhe
pendem do peito, espera 10 anos para revelar o abuso, sem revelar quanto tempo
deixou que o bobo mantivesse a mão nas “jóias”, nem se o chegou a acompanhar
até à varanda para um cigarro (one after??!!), revelando unicamente, que afinal
o bobo é ele!
De forma
estaliniana, apagaram o bobo dos filmes, (consta que se segue Tchaikovsky,
irmãos Grimm, Perrault e um tal italiano, Giambattista Basile, soldado da
república de Veneza, só porque todos deram voz a um príncipe que não se deixava
apalpar mas aproveitava-se de meninas virgens adormecidas, para as beijar e
depois fazê-las princesas). É o que acontece quando se confunde o homem com o
artista, numa Hollywood convertida aos bons costumes. Kevin Spacey (é ele o
bobo) tem um pecado: só saiu do armário depois de denunciado. O lobby não
perdoa…
Eu, que
fico sempre perturbado quando o José Rodrigues dos Santos me pisca o olho do
lado de lá do écran, acho mas é que o Spacey é um granda maluco, e os
principezinhos não gostam de malucos! (acham que vale a pena queixar-me do
JRS?)
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