quarta-feira, 25 de março de 2015

MORRER À TERÇA-FEIRA


Nesta terça- feira um avião caiu nas montanhas. Quem ia nele morreu. Entre os mortos, dois cantores de ópera. Gosto muito de ópera mas também de outras artes e ofícios. Os outros mortos seriam desocupados?

 Nesta terça-feira soubemos da morte de Herberto Hélder, um poeta. Não ia no avião e morreu! Nunca o li e não é agora que lhe vou escrever um panegírico. Outros, que também não o leram, já disso se encarregaram. Um amigo disse-me que ele estava para a 2ª metade do século XX como Pessoa esteve para a 1ª. E isto quando Orfeu fazia 100 anos (a revista, não o deus). Fico contente (não com a morte, mas com a vida): poderei dizer aos meus netos, se os tiver, ou aos sobrinhos netos, que fui contemporâneo dele e até lhes lerei um poema porque então já todos o conseguiremos compreender, mais ou menos!



2 comentários:

  1. Nesta terra de oleiros existem famosos e outros que nunca se dão a saber. O caso desse senhor poeta parece ser um caso típico de um oleiro que nem se dá por ele. As peças até podem ser boas, mas o marketing em volta delas deixa muito a desejar.

    Valha-nos S. Esperidião.

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    1. Um vaso Ming não precisa de marketing e também poucos o conseguem ver. No entanto o preço de um só supera todo o recheio das lojas de louça das Caldas. Andas distraído caro anónimo. HH publica desde 1958 e já lá vão mais de trinta livros entre poesia e prosa. Não gostava de entrevistas e recusou o prémio Pessoa.

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