sábado, 15 de fevereiro de 2014

O MUNDO, ESSE ESTRANHO LUGAR

 
Uma infanta de Espanha foi ouvida em tribunal por causa da utilização indevida de dinheiros públicos. Os “infantes” de Portugal, indiciados em coisas semelhantes, recebem prebendas e continuam as suas carreiras em grande estilo. Quem conseguir entender que entenda. Será esta a diferença entre monarquia e república?!
Um grupo de jovens, com idades, cultura e saber semelhantes, e a tontaria característica daquelas idades aliadas à crença de serem imortais como é próprio de jovens, envolveu-se, de sua livre e espontânea vontade, em jogos de dominação e submissão. Morreram todos, menos um. Agora culpam-no. De quê? De ter tido a sorte (ou o azar?) de ficar vivo?
Mataram, retalharam e deram a comer aos leões uma bela e elegante girafa. Rasgaram-se vestes e cobriram-se de cinzas as cabeças num gesto de estupor e indignação. Quantos namorados saíram ontem da auto-estrada para irem à Bairrada jantar? Azar dos leitões não terem pescoço!
Durante séculos passámos por “sem abrigo”. Com o nojo estampado no rosto, desviávamos o olhar e o passo. Durante anos vimos licenciados nas caixas de supermercado e nos call center’s. Toda a gente tira uma licenciatura, porque estranhar?! Agora tornaram-se também “sem abrigo” e assustámo-nos. Serão os licenciados sem abrigo as girafas e os outros sem abrigo as vacas e os leitões?
Quem disse que o mundo era um estranho lugar?



4 comentários:

  1. Como aprovo o que escreveste, somos mesmo muito não sei se posso dizer isto " muito falsos"? ou ignorantes ou esquecidos.

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    1. Somos só indiferentes. Depois exaltamo-nos com coisas que não deviam merecer mais que o levantar do sobrolho.

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  2. Basta pum basta, pim (este último referente ao som da loiça que ainda não tinha caído no chão)

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    1. Para que haja loiça nova é necessário partir a que se tem, de facto.

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